terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Cientistas descobrem organismo capaz de anular vírus da dengue



Eles injetaram em ovos do Aedes aegypti uma bactéria; ela se reproduziu nas células e foi levada aos órgãos e tecidos; quando os insetos foram infectados pela dengue, os vírus não conseguiram se multiplicar
Uma boa notícia: pesquisadores de Minas Gerais e da Austrália deram um passo importante no combate a uma doença bem conhecida dos brasileiros: a dengue.





O professor Luciano Andrade Moreira trabalha em um dos maiores centros de ciência e tecnologia em saúde do Brasil. Ele faz parte de um grupo internacional de estudos. Na Austrália, os pesquisadores descobriram um micro-organismo capaz de anular o vírus tipo 2 da dengue.


Eles injetaram em ovos do Aedes aegypti uma bactéria chamada Wolbachia. Ela se reproduziu nas células e pela corrente sanguínea foi levada aos órgãos e tecidos. Quando os insetos foram infectados pela dengue, os vírus não conseguiram se multiplicar.

Há duas suposições: na célula, a bactéria roubaria nutrientes do vírus da dengue, impedindo a multiplicação. O professor explica a outra hipótese.

“Quando o mosquito tem a bactéria, ele está com imunidade aumentada, ele fica mais imune, como se tivesse vacinado. Então, quando o vírus infecta esse mosquito, ele não consegue se desenvolver”, explica Luciano Andrade Moreira.

Os testes também mostraram que a bactéria se aloja no sistema reprodutor do Aedes aegypti e é transmitido para os ovos. Cada fêmea pode colocar 500 até o fim da vida. Essa colônia imunizada vai passar a Wolbachia para as próximas gerações.




Aumentando o número de mosquitos resistentes, os pesquisadores esperam reduzir a contaminação pela dengue. No Brasil, no ano passado um milhão de pessoas tiveram a doença.

“Se tem mosquito na sua casa, se tem ovo, se tem larva, tirar os potes das plantas. Sem educação, acho que a gente não consegue chegar ao objetivo”, afirma o professor Luciano Andrade Moreira.
















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